O calor do Verão desperta os sentidos do desejo, de busca de novas paisagens, cheiros, sabores, sons... Guardados como sensações agradáveis, libertadoras, são redescobertas a cada novo Estio. Esta música traz-me as tardes de verão acaloradas, onde a brisa morna da noite que se avizinha, nos embala e torna a respiração leve. Amadou & Marian
"O problema dos estereótipos, não é que sejam errados e sim incompletos. (...) Roubam as pessoas da sua dignidade, da hipótese de serem vistas como iguais."
Esta manhã, ao deparar-me com este vídeo da escritora nigeriana Chimamanda Adichie, pensei que inevitavelmente há coisas que precisamos ouvir uma e outra vez...
Face à quase tendência inata que temos de nos acomodar, ou de nos protegermos, muitas vezes nem sabendo bem do quê, ou porquê, atrofiamos,
amorfanhamos a curiosidade de descoberta que também nos é inata, ou a empatia e humanismo em podemos ser grandes. Quando falo
nisto, não me refiro apenas às questões sociais que actualmente compõem as matérias do dia a nível nacional, como por exemplo a tão
debatida situação actual dos nossos imigrantes ou a legitimação legal dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Falo das coisas mínimas
que compõem o nosso dia-a-dia, do prazer de nos interrogarmos sobre o que nos rodeia, ou de crescer com quem nos rodeia, e de querer descobrir o outro lado, aquele com que à primeira vista não nos identificamos, ou desconhecemos... Falo de humanidade, falo de dignidade, falo de consciência, falo de civismo, blá, blá, blá.
Daí os perigos de uma só estória, ou de uma só versão dessa estória, o perigo de estancar, de cristalizar.
Zeca Afonso incluiu no seu repertório algumas músicas tradicionais recolhidas, nomeadamente pelo etnomusicologo Michel Giacometti e que se encontram presentes no Cancioneiro Popular Português.
Dois humanistas que casaram as suas áreas de interesse e de trabalho com a voz do povo, que a cantar espantava seus males.
Numa altura em que decorrem as comemorações dos 80 anos de Zeca Afonso, fica a homenagem àqueles que fazem por não cair em silêncio.
Todos os dias saio para a decisão de um amor sem protagonista. Encosto-me às paragens de autocarro e aceno subitamente a alguém que passa. Por vezes retribuem-me o gesto e ficamos ambos sem saber se por graça, se por um escuro reduto de uma franqueza cada dia mais rara. Tens tempo para um estranho? A que horas me poderias dizer o teu nome?(...) Escuta no meio desse teu deserto, ao passar a caravana do luxo, será que és ainda capaz de suplicar: água?
A prisão e paixão de Egon Schiele, Vasco Gato, & etc, 2005
12.2.10
Ah, pois não!!
E ainda assim, teria piada de outra maneira?! Ao meu amor com humor.
Mosaicos de histórias de amor (?!), tingindo os espaços da cidade, que aparece, não como pano de fundo, e sim como cartão ilustrado, reclamando-as para si, como se os seus recantos, físicos e humanos, pudessem ser os catalisadores dos eventos.